Policiais federais declaram estado de mobilização permanente em todo o País

Eles estão revoltados com o presidente Bolsonaro, que mais uma vez deixa de cumprir acordo feito com a categoria de reestruturação da carreira dos profissionais e melhoria salarial. Capixaba Marcus Firme, presidente da Fenapef, conduziu reunião com os 27 sindicatos dos policiais. “A ideia é que, em cada Estado, tenhamos um dia de protesto, possivelmente a próxima quinta-feira (28/04), para demonstrar nossa indignação com a forma como os policiais federais estão sendo tratados”, explicou o líder classista.

 

Policiais federais estão em estado de mobilização permanente e podem, a qualquer momento, decidir sobre novos rumos para o movimento em defesa dos direitos da categoria. Os representantes dos 27 sindicatos reuniram-se de forma virtual com o presidente da Federação Nacional dos Policiais (Fenapef), Marcus Firme, e decidiram promover Assembleias Gerais Extraordinárias (AGEs) nos Estados para deliberar sobre manifestações com representantes de todas as entidades do sistema sindical das forças policiais da União.

“A ideia é que, em cada Estado, tenhamos um dia de protesto, possivelmente a próxima quinta-feira (28/04), para demonstrar nossa indignação com a forma como os policiais federais estão sendo tratados”, explicou o capixaba Marcus Firme.

Na semana passada, o Governo Federal anunciou reajuste salarial de 5% para todos os servidores públicos federais a partir do mês de julho deste ano. O anúncio desagradou o funcionalismo em geral e, em especial, os policiais federais e rodoviários federais. A presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Federal de São Paulo, Tania Prado, disse que “o clima interno” na instituição policial “está insustentável.” A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) falou de “quebra desleal do compromisso” firmado entre o Governo Federal e a categoria.

Na mesma ocasião, Marcus Firme e o presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), Marcos Camargo, também reagiram com indignação e revolta, afirmando que os federais não vão aceitar ‘passivamente’ outra promessa que Bolsonaro deixa de cumprir.

A expectativa de que houvesse uma sinalização do Palácio do Planalto na terça-feira (19/04) a respeito da reestruturação da Polícia Federal e das outras forças (Polícia Rodoviária Federal e Polícia Penal) não se concretizou. “A reunião dos parlamentares da bancada da segurança pública com o Governo Federal não trouxe avanços positivos e os policiais querem uma proposta concreta; até agora, o que temos são promessas não cumpridas e notícias divulgadas pela mídia”, enfatizou o presidente da Fenapef, Marcus Firme.

A expectativa não concretizada fomentou uma insatisfação muito grande entre os policiais federais, que cobram a promessa do presidente Jair Bolsonaro (PL) de que R$ 1,7 bilhões do Orçamento Geral da União seriam investidos na reestruturação da carreira e correção das perdas acumuladas nos últimos anos. A reivindicação vai muito além do simples reajuste de 5% para os salários, anunciado pelo governo por meio da imprensa.

Nota pública divulgada na segunda-feira (18/04) por todas as entidades que compõem o sistema sindical das forças policiais da União lembra que Bolsonaro foi eleito com a promessa de que valorizaria os profissionais de segurança pública. “E, até então, os profissionais dessa área, tão utilizada pelo governo e, em especial pelo próprio presidente em suas propagandas na apresentação dos recordes alcançados, foi incapaz de promover qualquer modificação estrutural ou a reestruturação da carreira”, diz o documento.

Maior entidade representativa da categoria, com cerca de 14 mil filiados, a Fenapef está à frente de um movimento em defesa da Polícia Federal. “Lutamos pela valorização da corporação, pelas nossas famílias e nossos direitos”, explicou o vice-presidente, Luiz Carlos Cavalcante.

Ministro da Justiça não contém a crise

O presidente Bolsonaro escalou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, para tentar conter a crise com os federais. Na segunda-feira (18/04), Torres, que também é delegado federal, se reuniu com dirigentes das entidades de classe. Não deu em nada a reunião. Anderson Torres afirmou, na reunião, que existe um interesse do Executivo em trabalhar a parcela da recomposição inflacionária para todo o serviço público. No entanto, para a categoria, “tal ação não obsta o andamento da reestruturação das polícias da União e destacam que o projeto de recomposição inflacionária é diferente da proposta de reestruturação”.

“Mais ainda, quando os valores citados em diferentes meios exigirá a apresentação de novo Projeto de Lei. Lembraram também que os 1,7 bilhões de reais destinados à reestruturação das polícias da União constam da LOA 2022”, diz o posicionamento das entidades, em Nota Pública.

Assinaram o documento a Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF); Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF); Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef); Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF); Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol), a Federação Nacional dos Policiais Penais Federais do Brasil (Fenapof) e o Sindicato Nacional dos Servidores do Plano Especial de Cargos da Polícia Federal (Sinpecpf).

(Com informações também do Portal da Fenapef)

 

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